2 Artistas Negros que retratam o Negro

Conheça dois artistas visuais brasileiros que representam o Negro nos muros do Brasil e do Mundo.
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Desde pequena me lembro de ver quadros como Monalisa (Leonardo da Vinci), O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli) e As meninas (Diego Velázquez) na maioria das aulas de educação artística ninguém retratava uma pessoa negra como eu. A Tarsila que pintou “A Negra” me deixava um pouco chateada por ver pinturas perfeitas de pessoas brancas e ver a pintura de uma negra “abstrata e distorcida” como eu a via quando criança/adolescente, também era decepcionante em “As meninas” só haver meninas brancas, eu não poderia me ver em nenhuma delas.

A representatividade é importante para que nós possamos nos ver como iguais e como pessoas que podem conquistar o que quiserem assim como outra qualquer, sem a representatividade temos a tendência de nos frustrarmos, afinal como podemos nos identificar e nos aceitar sendo vistos em filmes, series, documentários e novelas como ladrões, empregadas e malandros? Ainda no século em que estamos é difícil encontrar uma figura boa em um personagem negro, pior ainda uma figura negra sendo a “principal” da história.

A representação dos negros nas artes brasileiras em geral (literatura, pintura, teatro, cinema, música popular, etc ) deixa muito a desejar. Um dos questionamentos mais freqüentes feitos pelos afro-brasileiros é que não são representados como personagens individualizados e profundos, mas apenas como arquétipos e estereótipos. Observasse que a imagem do negro , muitas das vezes, é apresentada de maneira superficial, estereotipada, ou ainda, é pautada na depreciação, minimização ou negação existencial.

Cerca 54%  da população brasileira é formada por negros e mestiços e mesmo tendo grande influência na cultura nacional, sua participação social, econômica e política ainda é menor do que a de outras etnias. A grande maioria dos negros brasileiros possui baixa renda e enfrenta o preconceito no mercado de trabalho, convive com a perseguição policial, é explorada com baixos salários e muitas vezes acaba fazendo parte do acervo de “piadas” em círculos sociais. É uma herança cultural que a Lei Áurea de l888 não conseguiu abolir da sociedade brasileira, motivo de muita polêmica, visto que grande parte da nossa sociedade não admite ser racista.

O conflito racial no Brasil não é aberto como em outros países, o que impede que muitos negros se identifiquem com sua própria negritude e lutem por seus direitos através de uma ação política eficaz e consciente. A conscientização da negritude brasileira está se materializando à medida que os negros conquistam maior poder aquisitivo, representando um nicho de consumidores importantes ao sistema capitalista, ao mesmo tempo em que disputam espaços sociais anteriormente pertencentes exclusivamente aos brancos.

Falando sobre Arte no Espaço Público. No Brasil, temos muitos escritores de graffiti e artistas urbanos com muito talento, porém não temos muitas representações do negro na arte e nos muros públicos.  Por isso gostaríamos de valorizar e divulgar dois artistas negros que retratam o negro e mostram em suas artes a voz e representatividade que precisamos.

Que as futuras crianças do nosso país possam abrir um livro de artes e ver a arte de um negro ou conhecer a história de um artista negro.  Que a criança do bairro possa se inspirar ao ver a imagem positiva do negro “graffitado” na parede do bairro ou mesmo do centro da cidade. Que um dia possa existir representação visual e conceitual de todas a etnias na arte e cultura. Que um dia possa existir um equilíbrio de valores, poder e bens em nossa sociedade. E que um dia os padrões de beleza da mídia  ou de todas as comunicações de massa sejam multiculturais.

Somos todos lindos e fortes…. essa publicação não tem intuito de menosprezar nenhuma etnia, pelo contrário só queremos dar voz, igualdade e existência para as menos favorecidas e sem espaço na mídia. Somos todos iguais, somos uma só voz a voz dos Seres humanos.

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Zéh Palito

Zéh Palito -28 anos,  é um artista visual nascido em Limeira-SP. Formado em Design e  Artes Plásticas, começou a se expressar pelos muros do espaço público  em 2001.  Seu trabalho retrata a interação do ser humano com os animais e a natureza. O ser humano em sua arte é retratado principalmente pela figura do negro, o índio e o asiático, trazendo para sociedade um olhar diferente sobre as minorias étnicas e culturas excluídas da mídia de massa.

Sua ultima série de pinturas conceituais dá voz, força e beleza ao negro. Serie chamada “NEGUS” palavra que deriva da antiga raiz semítica do Egito. N-G-R que significa “Deus” e termo usado pelo antigo estado monárquico da Etiópia que significa “Rei”.

Zéh Palito estudou desenvolvimento social nos Estados Unidos e foi voluntário na África Zambia.  Seu trabalho já foi exposto em galerias e muros de diversos países como. Argentina, Alemanha, França, Coréia do Sul, Espanha, Chile, Vietnã, Malásia, Polônia e Estados Unidos.

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Criola

Criola- 24 anos,  é uma artista visual mineira nascida em Belo Horizonte na comunidade do Morro São Lucas.  Formada em Design de Moda pela Belas Artes de Minas Gerais. Começou a pintar no espaço público em 2012.

Após sofrer preconceitos por ser mulher e negra, Criola viu na arte urbana uma forma de expressar sua resistência a sociedade. Seu projeto intitulado “ORI” que significa cabeça em Ioruba (um dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental) tem em suas pinturas negras com traços maravilhosos.

Criola tem como referencias principais a diversidade cultural e a flora do Brasil, ela retrata o negro, das rezas e das lendas urbanas. Sua arte e  sua postura como pessoa são marcantes. Uma artista que nos mostra em alto e bom som a voz de varias mulheres com uma abordagem forte, linda e direta do negro e o feminismo.

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Texto por : O Negro e as Artes, Sarah Santos e Street Art Brasil

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